sábado, junho 24, 2006

.não é mais como era antigamente.

Não sou muito velha....
Mas lembro bem dessa época junina quando eu tava no ensino fundamental....
eu morava em casa, na new city, e sempre tinha festa por lá!
Tinha comidas típicas, a preços módicos, pois o fim não era lucrativo, e danças com o pessoal da rua mesmo enfeitada com dinheiro de coleta. Eu estudava em colégio pequeno, estudei durante todo meu ensino fundamental...era até aquelas bobas que faziam um bicho de sete cabeças à respeito de colégio grande, estudava perto de casa....quando eu esquecia o trabalho do dia..voltava corendo em casa pra buscar! E também eu nunca tive boa impressão das meninas dos colégios grandes, parecem cópias da Malhação ou qualquer outra novelinha de adoslescente com meninas bonitas, auto-afirmadas e com dinheiro pra vestir o que está na moda....
Ontem foi a festa da minha irmã que estuda no colégio X, e que não é pequeno.
Foi uma merda...
Comida, tudo caro:
Mini-cuia de tacacá = 5 reco
Vatapá = 6 reco
...
e por aí vai, me desculpem, mas moro na "periferia" e estou acostumada com tacacá grande de no máximo 3 reco, onde inclusive administro minha pimenta, e se der contade peço mais uns camarõeszinhos...
...
Chegamos as 20hrs....num dos clubes famosos de Belém. Não compramos mesa, por opção minha, já que era quase 200 reco, e eu sabia que só íamos ver minha irmã dançar e rasgar, já prevendo o fiasco...mas tivemos que pagar o ingresso...10 reco cada, inclusive minha irmã que estuda no colégio, sendo que a festa contava presença pra ela.
E haja, 1ªA....e chamamos, 1ª B, e D pra concentração...isso desde o ensino fundamental!
As danças não tinham muita coisa típica...mas esse fato já vem desde que sou menina de prédio...faz tempo...
O local da festa esteva com alguns cartazes de propaganda de ouro folheado, vendas de imóveis, vendas de outras coisa, escritório de advocacia...
As meninas tanto do ensino fundamental da 5ª pra cima e as de ensino médio, quase todas com roupas com supervalorização de peito e bunda, não que eu me importe...só acho que acabam arrajando namoradinho cedo demais, que por consequente vão despertar a libido nela e neles cedo demais, e vão ser muito novos pra administrar esses sentidos e sentimentos...e começar a sofrer cedo demais também, ao invés de curtir mais a adolescência sem picuinhas e super-valorização do corpo, e escravidão desde cedo do peso, assim como valores de shopping center e claro de Rebeldes...
Teve dança de tudo quanto foi tipo...infelizmente as índias dançaram com salto alto!....mas até que teve umas apresentações engraçadas...
Não sei onde vai parar, mas cada vez mais as festas de colégio, que eram pra ser um momento onde as famílias compartilham com seus filhos estão se tornando cada vez mais comerciais e sem graça...

quarta-feira, junho 21, 2006

A cena muda

Tem dias que a gente se sente, como quem partiu ou morreu, a gente estancou derepente, ou foi mundo então que cresceu, a gente quer ter voz ativa no nosso destino mandar, mas eis que chegar roda viva e carrega o mundo pra lá....
Disseram que eu voltei americanizada, com o burro do dinheiro que estou muito rica, que não suporto mais o breque do pandeiro e que fico arrepiado ouvindo uma cuíca e disseram que com as mãos estou preucupada, e corre por aí um certo zumzum, que já não tenho ânimo rítmo nem nada e dos balagnadas não existe mais nenhum, mas pra cima de mim, pra que tanto veneno, eu posso lá ficar americanizada, eu que nasci com samba e vivo no sereno, cantando a noite inteira numa batucada, nas rodas de malandro minhas preferidas, eu digo mesmo eu te amo e nuna i love you, enquanto ouver Brasil na hora das comidas, eu sou do camarão, ensopadinho com chuchu..uuuuuuuu.
Nessa cara de fuinha eu só vejo, muita fome, vai na praça da desgraça pega um homem mata e come, nessa cara de fuinha eu só vejo, muita sede...nessa cara de fuinha eu só vejo solidão...vem de pressa menino andar no sertão...
O galope só é bom quando é a beira mar, eeeeeeeeeeeeee sacode a poeira, e balança e balança e balança e balança, casa de ferreiro espeto de pão, quem não morre em espinho nuca mais se dá mal, quem não dança minha dança não vai sossegar.....

Cd pout-porri da Maria Bethania, que por sinal é o nome da minha mãezinha, mas sem o "h" no betânia...que me faz lembra-lá...esses dias caiu por acaso lá no porta-luva e trouxe lembranças numa ida pra universidade...
Não conheço nada de Maria Bethânia...só esse cd (A cena Muda), que gosto muito....é só uma música em pout-pourri....bem bacana...

sábado, junho 17, 2006

otsu





[vagabond]

quinta-feira, junho 15, 2006



[mais uma de série..."eu não sei de onde minha irmã achou o desenho bonitinho", infelizmente]

quarta-feira, junho 14, 2006

if i ballet...


[unfortunetely i don´t know the soucer of the image... my sister pick up in the internet]

terça-feira, junho 13, 2006

.pés.

[Manoela Ferraz]
Pés...
pés que irião sustentar todas as escolhas tuas
todos os acertos e erros.
Pés que caminham ao meu lado
à minha frente
pés que sorriem, que choram, que escutam chatices e preucupações de irmã mais velha, que escutam orientações, também de segunda mãe!
pés que estão agora dormindo
que pediram silêncio
Pés que vão sustentar tua vida...
pés maltratados
pés genéticos
pés que assim sendo, vão caminhar em frente, de peito aberto, pra vida!
[Pra minha irmã Manu...a caçulinha...]

sábado, junho 10, 2006

METRÓPOLIS




[Photos: Fernando Mesquita]

sexta-feira, junho 09, 2006

.Mais do Mesmo.


[Photos: Fernando Mesquita]

Pequena homenagem ao pessoal!

quinta-feira, junho 08, 2006

.no derca.

- Boa Tarde
(silêncio do outro lado do balcão)
- oi
(rapaz do outro lado do balcão continua mechando no papel que ele tem na mão)
- Olha como faço pra receber meu diploma, é aqui né?
(finalmente uma resposta)
- É..
- E que horas posso falar com a pessoa responsável?
- Até as 14hrs..
- E ainda tem alguém aí, são 13.30...
- Não
- Hum..
- Liga pra esse número amanhã..., Quando te formastes?
- Dia 1 de junho
- Do ano passado?
- Não desse ano!!!!
- Ah, pode demorar um pouco...
- Tá bom, eu ligo.

Pós Eon Fanerozóico


Boa Noite
Noite de Formatura....
Mais uma turma está contribuindo com a classe de geólogos no Brasil hoje. Adentramos na vida após-graduação onde cada um tomará seu caminho.

Quem não se lembra da etapa passada, onde nosso objetivo principal era o vestibular, a escolha da profissão que seguiríamos em caminhada durante a vida. Decisão tão importante que por conta de pouca idade, e imaturidade muitos foram ficando ao longo do caminho.

A caminhada até aqui foi difícil. Durante esses cinco ou mais anos muitos fatos importantes ocorreram, no mundo, em nossas vidas e o mais importante, as mudanças dentro de cada um de nós.

No mundo vimos ano após ano o vai e vem no mercado financeiro, a subida do preço do petróleo, os desastres naturais, as mudanças de governo, guerras, indignação popular e poder popular.

Em nossas vidas as mudanças são reflexos das mudanças em nós mesmo. Após cinco anos as mudanças externas como nossos cabelos longos e que mudaram de cor, refletem metaforicamente no nosso crescimento como pessoa, no amadurecimento para tomada de decisões e na mudança de postura diante da vida.

Em cinco anos perdemos muito. Pessoas se foram de nossas vidas, brigamos com amigos, mas nessas perdas o importante é ter os ombros que nessas horas suportam o mundo, e que são nossos familiares e laços de amizade construídos inclusive nessa caminhada de cinco anos. Perdermos momentos importantes, pelo fato de ter que estudar desesperadamente para a prova do dia seguinte. Mas tal sacrifício nada em vão. É preciso ter foco pra vencer, preciso abdicar, preciso ceder e ter sapiência nesses momentos, ter consciências que é tudo em prol de um objetivo maior, objetivo esse alcançado com muito êxito hoje nessa cerimônia.

Ganhamos muitas coisas também, crianças nasceram, ganhamos amigos queridos e lembranças, as mais agradáveis são certamente das viagens de congresso, da programação cultural noturna, da bagunça no quarto de hotel, dos paezinhos do café da manhã enrolados discretamente em guardanapos pra tentar economizar o dinheiro do lanche. Lembranças da rotina e do cotidiano são as divisões do pf, a companhia que nos fez ter menos fome na gigante fila do RU. E nas matérias de relatório...quem nunca virou a madrugada com sua equipe? Estranhamentos nesse momentos são presentes, brigas ocorreram por causa de trabalho de campo, mas sempre tudo bem resolvido, para então ser selado com um companheirismo verdadeiro, com a divisão de angústias na prova de Depósitos, com o desespero de estudar pra prova do Caputo, com o terror de fazer duas petrologias ao mesmo tempo. Dividimos também a alegria do primeiro dia de campo, a euforia da viagem, a preocupação de nossos pais no momento de nossa partida de madrugada no pão de forma. Quem nunca surtou em campo sob aquele sol, de meio-dia?,ou no final da jornada de trabalho se refrescou com o rio na sua área? Quem nunca falou uma besteira memorável em campo que atire a primeira pedra...pedra não..rocha, pois segundo os professores da sedimentologia, incluindo o Suguio e o paredão de afloramento, após reconstruir a origem daquele sedimento e entender a aventura percorrida até formar aqueles estratos sedimentares a simples pedra se transforma em rocha.

Muitos mestres passaram durante esse cinco anos, alguns de carisma indiscutível, e com grande preocupação se estávamos entendendo a matéria ou não. Outros nem tanto, mas todos possuem sua parcela de contribuição pra nossa formação. Alguns professores se tornam mais próximos de cada um de nós, em virtude de uma bolsa de iniciação científica, ou de uma monitoria, ou ainda por uma orientação de tcc. Cada um com seu jeito, com seu trejeito e com sua maneira de conseguir repassar a informação geológica da melhor maneira possível, e sem medir esforços de nos mandar refazer aquele relatório no mínimo 5 vezes.

Algumas histórias são impossíveis de não serem lembradas, como as das melancias toda vez que éramos matriculados, ou da geração Xuxa, lembrando in memorian do professor Nilson.

O jeito de cada um dos colegas também fica registrado na memória. Desde os mais maluquinhos, aos que se estressam com facilidade, os mais calados, os do contra, os quietinhos, os tagarelas, os impulsivos, os brigões, os solidários, os mais carismáticos e ainda os determinados que vieram até de bicicleta. E nessa soma de diferenças que cada um a seu modo conquista um espaço em nossas lembranças e coração.
A muitos devemos agradecer, aos que são religiosos, agradecem sempre a Deus em primeiro lugar.

Agradecemos também aos nossos pais, tão batalhadores e confiantes em nós. Foram os que depositaram todos os seus esforços, nos ensinaram a ter caráter, dignidade, integridade. Foram os que puxaram a orelha, os que tiveram pulso nos momentos difíceis do curso, os que nos colocaram no colo quando choramos por nossa primeira reprovação. Enfim nosso suporte pessoal, financeiro e moral, que será certamente recompensado. Pois toda essa batalha foi em prol de nossos estudos, de uma vida melhor num mundo onde só se vence com muito estudo. Hoje após cinco anos, nossos pais se formam junto conosco e esse orgulho que eles sentem de ver o filho completar essa etapa é indescritível, porém exposto nos seus olhos, sem uma palavra.
Nossos mestres também merecem homenagens, já que tiveram que bater na nossa cabeça com martelo de geólogo e utilizar bem a mira da bússula pra poder nos orientar a subir na mais alta torre de petróleo, para poder compreender a formação e os processos desse planeta que habitamos. Acima de tudo os bons exemplos de profissionais devem ser seguidos. Somos geólogos agora. E com o título de bacharel temos a responsabilidade de exercer a profissão de maneira ética, disciplinada com responsabilidade e muita honestidade.
Desses formandos hoje, alguns vão seguir a carreira acadêmica, outros a geologia clássica, alguns serão concursados, e outros debandaram para áreas de fronteiras, áreas interdisciplinares e lutaram por seu espaço. Uns irão ainda buscar descobrir qual a sua contribuição na sociedade, qual o seu papel social, e se perguntar o que como geólogo pode-se fazer pra melhorar o mundo. Não devemos ser apenas mais um no mercado, devemos fazer a diferença, contribuir, engrandecer e procurar fazer o melhor possível, sempre com criatividade e respeitando o próximo.
Encerramos então esse discurso, assim como mais um ciclo de nossas vidas, que não foi o último, tampouco o primeiro, mas que com certeza irá ser lembrado no resto de nossas vidas e nos fará deixar de ser quem éramos pra nos tornamos quem somos.