quarta-feira, dezembro 19, 2007

as vezes até grito na rua quando ela está vazia.
não há sentimento de vazio, nem mais de tanta mansidão.
há o sentimento da rua, deserta, caminhada pelas minhas pernas,
essas de quem não é poeta.
interessante como algumas pessoas fazem acreditar.
em bondade,
em caridade,
em vontade,
em coragem,
em amizade.
fim do dia, repito, ruas vazias.
terça, ops, quarta.
nada pra escrever de tão longo.
roupa de cama cheirosa.
minha vó cheirosa.
mangueiras cheirosas.
os barulhos tornam-se distantes.
cada vez mais distantes.
distantes como o vinho que não está ao lado do meu computador.
distantes como as palavras daquele conto que quero escrever agora e me foge ao torpor.
fim de ano.
capricórnio é a fronteira.
capricórnio é a passagem.
capricórnio é a prepotência de ser a passagem de ano.
capricórnio é o fim e o início.
capricórnio.
as vezes até gosta-se de capricórnios.
ou será por conta do ascendente?
chega de astros.
na minha mente, que mente as vezes.
na minha mente que suficientemente perde-se as vezes.
na minha mente dispersa por correntes de lentes fluidas de olhos de canções que levam minha alma pra passear todo o tempo em que te leio todo o tempo que convivo todo o tempo sem vírgula que recebo um sinal de que alguém se importa e se importa com certeza.
dia bom!
dia bom pra quem brinca de escrever no final de dias bons.

1 Comments:

Blogger Mayara La-Rocque. said...

Esse texto é de uma familiaridade sutil. Daqueles momentos que não podem deixar de ser registrados. Típico dos momentos de um dia bom!

3:35 PM  

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