terça-feira, outubro 30, 2007

[by: Milena Marília]
[São Luís - Set - 2007]

Antigamente Alice costumava ser a cor que queria. A cor que sabia. Mas faz tempo Alice não pensa, Alice não dorme, Alice não sonha, Alice não ama, Alice não desama. Alice não pisca. Alice não pensa, se não fosse só o que Alice fizesse. Até escrever desaprendeu, dançar então, só no breu.
Alice hoje acordou cedo. Alice, olhou na janela. Pensou as palavras da autobiografia ficcional que leu recentemente. Pensar enlouquece, Alice. Enloquece mais não chegar a lugar nenhum. Alí se fosse antigamente, Alice talvez soubesse, mas atualmente o lugar de alí é tão estranho, é tão irreconhecível que se...Alí, se...
Alice não toma calmantes.
Alice não toma refrigerante.
Alice não. Alice sim. Alice as vezes também, então provavelmente não sei.
Alice é a dúvida. A involução. A evolução reversa dentro de si, pra si. Por vezes se expõe. Por vezes se contém.
Alice não escreva aquela carta de amor...aquela da música, que também teve um sonho que se atirava do oitavo andar. Sem ter medo. Mas o maior medo é se jogar onde já caiu. O maior medo de Alice era se alí, se viu.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

ALI

ali

ali
se

se alice
ali se visse
quanto alice viu
e não disse

se ali
ali se dissesse
quanta palavra
veio e não desce

ali
bem ali
dentro da alice
só alice
com alice
ali se parece
(Paulo Leminsk)

http://www.revista.agulha.nom.br/pl5.html#ali

10:27 AM  

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