quarta-feira, junho 11, 2008

.assim-Será?.


Foto: Milena Marília
Los Andes - Abril 2008
Assim-Será?
Para, quase com certeza, Mario Osorio.
Agora vai e pega o copo de plástico de chocolate quente dessa manhã fria. Nem lembrava mais essa sensação - fria-quente-chocolate. Desde faz tempo que se foi, o que se sente.
Dos pés, a estrada abaixo, da cabeça, o céu acima. Chuvoso sem parar nessa trilha sem fim eterna de dentro de mim. Que corre pelas ruas, que grita nos jardins que se joga de cima dessa passarela as 17hrs da tarde quando o sol ou a lua está encoberto de tanto cinza que vem e sai desses teus olhos castanhos.
- Quê?
Tão comum o castanho dos olhos, o cachorro na rua, essa intolerância interna que cresce, que atropela, que afaga, espirra e dorme. Adormece pra caminhar pra longe pro outro lado do rio, da rua, da avenida do nada: número três.
- Queres Caminhar?
Não parar nunca. Jogar fora o lixo, explodir de palavras travadas, imaltar o sangue que corre e imortalizar a memória fraca que esquece, que foge, que convêm.
- Te sou Conveninte?
Com todos os ladrilhos. Os tetos. A confusão e o brilho.
O copo de chocolate (ou café) continuava esfriando. Não importa quão quente você o faça. Tem que esfriar um pouco pra tomar, e te sobram apenas alguns minutos para que não fique frio de novo e horrivel de degustar nesse mar gélido.
As mãos estão me olham de tal maneira que o castanho não consegue. A lua, a janela, o aroma, os dentes que sorriem.
Passamos num parque com balanços, sem frases feitas.
- I love the way you smile, it's so real.
Se eu pudesse eu moraria nessa realidade que já fez parte, mesmo sem ser assim tão. Tão, tão, tão tudo que foi nada. Pouco de muito e muito de nada. Ou seria o contrário. Mesmo que se vá, mesmo que não volte. Com certeza a lua nos teus olhos daquela noite, ou tarde, ou dia numa passarela em minha cabeça, ou parque de verdade, ou cama para um: que estávamos. Ficou.
Ficará.