quarta-feira, novembro 21, 2007

.sequência lugar que quase não existe.








Istimo de Marieta.
Novembro de 2007.
Fotos: Milena Marília na máquina da Ju.
É mais ou menos assim...a chegada pelo furo tem um manguezal...esses bordejam grande parte das áreas de planície lamosa (os bancos de lama que estao submersos, alguns a gente enxerga na maré baixa). Nas árvores típicas de mangue há algumas garças ou guarás vermelhos....tem uma ponta de areia na chegada também.
Passa-se por uma área de dunas baixinhas vegetadas com arbustos e chegamos no barracão, onde dormimos em redes (faz muito frio de noite). Não tem energia, nem água encanada, muito menos gás pra fazer comido e muito menos mercadinho pra comprar a comida, ou seja, pescaria e fogueira. Panelas são importantes de se levar...
Quase 1km de planície arenosa na maré baixa.
De noite, nos canais, há fitoplânctos com característica luminescente, ao pisar na lama misturada com areia eles brilham, é como se tivesse estrelinhas no chão...

Definitivamente é a primeira top-top mais bonita que conheci no Pará, até agora...
Lá é área de reserva, então deve-se ter autorização pra entrar
1-Marieta
2-Crispim
3-Algodoal

quinta-feira, novembro 15, 2007

.ao telefone.

L-E tu adorou Marieta, né?
M-É, decidi assumir que eu gosto mesmo muito de praia, cara!
L-Égua, cara, eu adoro!
M-É porque na verdade aqui no Pará não tem praia, sabe?!
L-Como assim não??
M-É tudo planícia arenosa em cima de planície lamosa!
L-aaaaaaah tá, realmente, agora eu entendi.....rs.
M-É porque não tem o perfil clássico...muita influência de maré...
L-E tu já conhecestes outras ilhas lá por perto?
M-Porque na verdade Marieta não é uma ilha é um istmo!
L-aaaaaaaaaaaah!, eu sempre pensei isso, rs!


[tamanho feriado...hihihihihi]

quarta-feira, novembro 14, 2007





7 de maio


Pelo menos estou vivo. Em movimento, andando por aí, perdendo ou ganhando, levando porrada, passando fome, tentando amar. "De cada luta ou repouso me levantarei forte como um cavalo kovem", onde foi que li isso? Sei: Clarice Lispector, meu Deus, foi em Perto do Coração Selvagem.

C.F.A - Lixo e Porpurina, extraído de Ovelhas negras



Em momentos de medição de vento de 15 em 15 minutos, relatado mínima: 2,9 m/s, máxima: 9,6; céu azul claro, barracão sobre mim, sal e areia no cabelo, banho de poço com água barrenta, frio, muito frio de noite, fogueira também....e ela foi ótima companhia nas medições de vento: Clarice.


Tanta Mansidão


Pois a hora escura, talvez a mais escura, em pleno dia, precedeu essa noite, e essa coisa que não quero ainda definir é uma luz tranquila dentro de mim, e a ela chamaria alegria, alegria mansa.

Estou um pouco desnorteada como se um coração me tivesse sido tirao, e em lugar dele estivesse a súbita ausência, uma ausência quase palpável de que era antes um órgão banhado da escuridão da dor. Não estou sentndo nada. Mas é o contrário de um torpor. É um modo mais leve e silencioso de existir.

Mas estou também inquieta. Eu estava organizada pra me consolar da engústia da dor. Mas como é que me arrumo com essa simples e tranquila alegria. É que não estou habituada a não precisar de meu próprio consolo. A palavra consolo aconteceu sem eu sentir, e eu não notei, e quando fui procurá-la, ela já se havia transformado em carne e espírito, já não existia mais como pensamento.

Vou então à janela, está chovendo muito. Po r hábito estou procurando na chuva o que em outro momento me serviria de consolo. Mas não tenho dor a consolar.

Ah, eu sei. Estou agora procurando na chuva uma alegria tão grande que se torne aguda, e que me ponha em contato com uma agudez que se pareça a agudez da dor. Mas é inútil a procura. Estou à janela e só acontece isto: vejo com olhos benéficos a chuva,e a chuva me vê de acordo comigo. Estamos ocupadas ambas em fluir. Quanto durará esse meu estado? Percebe que, com esta pergunta, estou apalpando meu pulso para sentir onde estará o latejar dolorido de antes. E vejo que não há o latejar da dor.

Apenas isso: chove e estou vendo a chuva. Que simplicidade. Nunca pensei que o mundo e eu chegássemos a esse ponto de trigo. A chuva cai não porque está precisando de mim, e eu olho a chuva não porque preciso dela. Mas nós estamos tão juntas como a água da chuva está ligada à chuva. E eu não estou agradecendo nada. Não tivesse eu, logo depois de nascer, tomado involuntária e forçadamente o caminho que tomei - e teria sido sempre o que realmente estou sendo: uma camponesa que está num campo onde chove. Nem sequer agradecendo ao Deus ou à natureza. A chuva também não agradece nada. Não sou uma coisa que agradece ter ser trasformado em outra. Sou uma mulher, sou uma pessoa, sou uma atenção, sou um corpo olhando pela janela. Assim como a chuva não é grata por não ser uma pedra. Ela é a chuva. Talvez seja isso que se poderia chamar de estar vivo. Não mais que isto, mas isto: vivo. E apenas vivo de uma alegria mansa.


Clarice Linspector - Tanta Mansidão

Extraído de Onde estivestes de Noite.

terça-feira, novembro 13, 2007

quelqu´un m´a dit...
eu gostaria até de escrever tudo em francês....
queria escrever.
dois contos no papel, um na cabeça ainda, uma idéia que talvez virá para um concurso...
sinto falta da algumas coisas durante minha semana.
ando cansada. muito.
lugares novos, pessoas novas. motivador. muito.
aprender né?
talvez fotos do lugar lindo que conheci....assim que conseguir pegar com minha amiga, pois sou uma pessoa frustada de não ter máquina fotográfica....

sábado, novembro 03, 2007

...away...away...

[by: Milena Marília]

Lagoa Bonita.
Parque dos Lençois Maranhenses. Maranhão.
Set - 2007

Porque tem que conhecer esses Brasis.

quinta-feira, novembro 01, 2007

.presente de aniversário.



[by: Vitor Palheta, foto do quase final da festa, quando a aniversariante que parecia a convidada mais animada da festa, dorme, enquanto os outros convidados ainda fazem a festa]

Escrito após uma sexta decadente, sem dormir, no chão do quarto da mamãe, tentando dormir.
Lido antes do parabéns, após o carimbó, o reggae, o brega, o rock...após participação de "las decadentes e a dançarina embriaga", a aniversariante parecia a convidada mais animada da festa. Acho que 30 pessoas socadas dentro e alguns poucos metros quadrados. Ótima áurea de todos os convidados. Kiwirosca, cajupirinha, cachaça, três grades. Alguns instrumentos de música. Poucos tocadores oficiais. Sessões musicais aos extremos "mais não tente se matar, pelo menos essa noite não" "quem vai querer, a minha periquita, a minha periquita" "oh menina bonita de anel de ouro, parece um tesouro no dedinho dela" "meu maracatu, pesa uma tonelada".

PRESENTE DE ANIVERSÁRIO DA MARCELA (escrito no borrão de tcc da mesma, que eu adoro escrever nele e fazer aviãzinho de papel pra ver ele planar do 18° andar....é a melhor forma de divulgação do trabalho!)



Como se fosse assim. Falar de sangue.

Como se fosse assim. Falar de convivência.

Como se fosse assim. Falar de irmã.

Como se fosse assim. Falar de família.

Como se fosse simples assim, falar de amor.

Como se fosse falar de momento isolado.

Como se fosse falar de 22 anos.

Como se fosse falar de sentimento.

Como se fosse falar de nascimento.

Como se falar fosse dizer e querer representar todos os momentos que te fez chegar até aqui.

Como se fosse capaz de esquecer as fases, as lembranças, os cabelos curtos, compridos, pretos, roxos, enfim naturais e lomgos.

Como se fosse falar de cabelo.

Sabia que os cabelos contam histórias? Que gravam registros? Que fica no túmulo.

Talvez falar de vida fosse falar de cabelo, pois afinal, também convivo com os cabelos de minha irmã. Desde embaixo da cama, até no ralo do banheiro.

O melhor de seus cabelos é quando eu os vejo quando chego em casa. E ele sorri pra mim e me abraça. Por vezes, pede ajuda e até briga, fica enjuada e de tpm. Chora. E dorme. E começa tudo de novo no outro dia.

Mas depois de tantos cabelos, e de escovas de dente no mesmo recipiente, a verdade e a sinceridade estão presentes.

Nos cabelos naturais e no olhar.

Como se fosse assim, falar de cabelos e de olhares.

Tudo de cada uma de nossas vidas fez com que esse momento acontecesse. Culminasse. Êxtase. Cártase. Amor não precisa de filosofia, já dizia o poeta. Mas digo que precisa de cabelos, de registro, de posteridade. E se puderes me olhar, então saberei que é verdade.

"Não , não quero uma peruca 02, não quero uma peruca, porra!"(hihihi).

Quero apenas comer esse bolo de chocolate que a Manu fez, te abraçar e dizer que te amo, porque esse te amo é algo mais.

Feliz Aniversário.

Milena