quinta-feira, agosto 31, 2006

.na loja vinil/Cd. [adventures in black gold]

- Oi, tens aqui alguma banda de rock de Ouro Preto?
- Tem. Mr John e Desha (acho que é esse o nome!)
- Nossa que capa bonita!..qual é o estilo?
- É pop, tipo Jota Quest!
- Po, uma capa tão bonita, mas não adiante nada se é tipo Jota Quest.

.nas nuvens de algodão.

Eram sete e povoavam o vale de algodão.
Eram nove compartimentações das nuvens, divididas em vales e morrinhos.
Os sete seres do algodão levavam sua vida doce. Na névoa em cima do céu.
Contemplavam, respiravam. Eram envolvidos por uma névoa púrpura azulada.
Não havia embaixo. Só vida na nuvem de algodão.

sexta-feira, agosto 25, 2006

...


[Fernando M]
.Tô nas últimas das malas...a parte eletrônica...meu computador e cds.
.Que confusão arrumar a mala...é muita seleção pra mim.
.O pior é que se tenho problemas em combinar roupas no calor, imagine no frio.
.Moleton gigante do papai.
.Só vai um sapato vermelho, 1 all star, 1 de couro, 1 de lona.
.3 p&b, 4 coloridos - ASA 100.
.A pior parte foi deixar alguns vestidos.
.A pior pior pior parte vai ser deixar pessoas.
.[friozinho na barriga].
.Pelo visto não vou dormir hoje, vôo as 1:40 da madruga....destino as 7:10, conexão no RJ.

quinta-feira, agosto 24, 2006

.café da manhã com papai e mamãe.

- pai, come esse pão aí!
- não já tomei café.
- mas toma pelo menos suco de laranja..
- (se servindo)
- hoje quando eu tava vindo de Outeiro tinha um monte de despacho naquela encruzilhada.
- era...
- mas porque Milton?
- hoje é dia 24 de agosto, dia que o diabo tá solto...agosto é o mês das desgraças, é o mês em que morreu Getúlio e JK... só faltava o 11 de setembro ter acontecido dia 24 de agosto
- deve ser por que no calendário deles é diferente.
- rssss
...

indo ao dentista com a mamãe minutos depois.
. despacho na encruzilhada da av. Indepoendência.
- não gosto dessas coisas, nunca gostei. Eu nunca casaria com um homem que fizesse isso, eu não saberia lidar.
- é eu também não.

terça-feira, agosto 22, 2006

[Marlos Monteiro]
uma cidade fria me aguarda, enquanto isso morro de ansiedade, saudades, e preguiça de arrumar a mala!
Foto na finada rádio comunitária!

domingo, agosto 20, 2006

.Macapá 2006.


[Milena Marília]
Há quem deteste Macapá...
Mas minha experiência por lá foi ótima.
É uma cidade boa pra namorar.
É uma cidade ruim pra ir no cinema.
É uma cidade boa pra comprar coisas em lojas " importadoras" bem melhores, mais variadas e baratas que "Belém Importados"
É uma cidade ruim pra comprar pipoca no cinema (ao invés de ter aquelas máquinas de fazer pipoca, há uns seis microondas girando produzindo pipocas enlatadas)
É uma cidade boa pra pegar um ventinho
É uma cidade ruim pra utilizar internet (não tem banda larga)
É uma cidade boa pra ter uma moto.
É uma cidade ruim pra dirigir.
...
balanço mediano. Pra quem foi de férias, conheceu o ex-trabalho do namorado, ficou na casa que a mamãe fez chá de canela delicioso, dormiu num quarto com condicionador de ar, visitou a tia com casa e piscina, fotografou,e levou dois livros pra ler.

sábado, agosto 19, 2006

Lisa

Ela volta pra casa depois de mais um dia. Um dia daqueles em que não acontece nada de incomum. Tudo nos seus devidos conformes ocorre, transcorre, passa.
Podia passar na casa da mamãe hoje, ou na soverteria. Está quente! Ah! Mas fiquei de ir na semana que vem por lá, então é melhor ir só de uma vez.
Sobe no ônibus. O de sempre. Com o mesmo cobrador mal-humorado, com o mesmo motorista que arranca e faz com que as velhinhas sentadas nos bancos preferenciais e em pé, se desequilibrem pra frente, segunda lei de Newton ou terceira? Tudo normal....como naquela música....”it´s just another day..thutchuthutchuthu”, daquele beatle.
Desce uma parada antes pra ter a oportunidade de caminhar um pouco mais e sentir toda aquela poeira levantada pelos caminhões que passam na pista, pra ver o sol com seus últimos raios....esse não é um dia em que ela vai chegar em casa louca pra tomar banho, nem um daqueles em que ela vai dar um beijo no marido, muito menos regar as plantas que estão quase morrendo por falta de atenção. Ela abre a porta. Olha. Seus sapatos ela sempre tira na porta, pra não contaminara a casa com as impurezas da rua, germes, bactérias, ácaros, chiclete grudado, provavelmente algum rastro de lixo e imundície que já foi levada pelo terceiro dia de chuvisco, mas que estava lá a três dias atrás; ela não viu essa sujeira, mas já suspeita que ela estava lá. Neuroses.

Por isso tira os sapatos.
A torneira do banheiro está pingando como há dias. A tv ligada no quarto de casal. Seu marido dorme de cueca na cama. Jogado. Como se estivesse no quinto sono. Ela só o olha de longe. Não vai acorda-lo. Não vai beijá-lo. Simplismente nem vai notá-lo. Ela está descalça agora, e abriu a braguilha. Ela volta pra porta de cozinha e depois vai pra janela que dá de vista pra rua. Mora no primeiro andar de um prédio de 10 andares num bairro de classe média baixa.
Na rua há dois mendigos em um canto esperando por benevolência alheia. Passa uma mãe com uma filha segurando em sua mão. Há um mercado na esquina da frente; o sol bate no plástico que cobre as frutas e enceigueira o vendedor; ele está sempre de óculos escuros. Muro, muro e mais muro.....não há muito o que se ver.....na rua....ela fecha a janela.

Nesse momento não há muito a ser ver por dentro. Ela nem se enxerga mais, não sabe como e nem porque se casou, não tem vontade de ver sua mãe, não lembra de suas irmãs e há tempos não visita nenhum dos parentes. “Será que estou doente?” pergunta pra si mesma...hummmm...não....sua consciência diz que ela passou tanto tempo procurando algo que lhe desse base, firmeza, que esqueceu como consegiu tudo isso. Sua vida. Na época um casamento parecia uma boa idéia. Hoje nem tanto. Não se lembra das paixões, não se lembra do desejo, nem se lembra do que realmente gostava de fazer aos 18. Agora com 30, com um apartamento quitado, casada e com um bom emprego, não se sente satisfeita. O que ela quer? Será que é só inquietude? No jornal a inquietude é nacional e internacional.....ela é então só reflexo dos processos globais.....dolár em queda, fome na África, guerra no Iraque, Líbano, escândalos na política brasileira....não....ela não está inquieta por isso...
Egocêntrica.
Ela, porém, não vai se matar, não tem coragem, sempre achou isso ridículo. E fugir? E sumir? Bem...isso ela pondera....deixar tudo que construiu, já que não está fazendo sentido....até quando vai ficar insatisfeita...ela não vive num sonho, nem na realidade. Ela não quer voar, nem acredita em políticos honestos (afinal, quem acredita?). Ela não gosta de carros e odeia a Internet. Toca sax, gosta de música. Compreende a liguagem musical. Ela não sabe como tudo vai terminar....não entende de destino, não entende de escolhas e muito menos de teoria do caos. Ela apenas faz as escolhas que lhe são agradáveis. Se casou, ótimo! Tem um emprego, que bom!, mas o que ela realmente quer?....acho que ela vai simplesmente dormir do lado do seu marido, que não se lembrar de onde tirou. E acordar... Ou não.....
No dia seguinte ela conheceu um balonista e voou com ela por toda a América, até que o balão não tinha mas gás hélio e foi forçado a pousar no meio da américa central em uma ilha pouco habitada, por pessoas que se pintavam e não falavam português. “Eles não nos incomodavam, a gente não incomoda eles.” Ela sabia que não estava num sonho. Nem numa época.

Viveu lá durante alguns meses, até que o balonista consertou o balão e se encantou com uma nativa levando-a consigo na próxima viagem. Foi de madrugada. Lisa estava dormindo.
Ao acordar estava só, mas não estava ao lado de seu marido que suportou sua ausência psicológoca durante todos esses anos. Não estava ao lado de sua mãe que cuidou dela com carinho durante 16 anos. Estava numa ilha na América Central, com pessoas desconhecidas que não a incomodavam, porém não se comunicavam; estava com frio, estava só...como sempre estivera e nunca tivera coragem de mudar isso. Agora muito menos.
Vai morrer e as pessoas que se importam com ela sofrem com a esgoísta que não vê nada além de seu umbigo.
Pensa em seu esposo. Desenha um cículo na areia com uma saliência no lado esquerdo e se deita lá até que não sinta mais fome, nem calor, nem frio, nem alegria....até que um tsunami, anteriormente previsto naquela notícia que ela não prestou atenção que passava na tv quando chegou em casa e seu marido estava na cama, invade a ilha e deixe no esquecimento toda a sua memória.

quinta-feira, agosto 17, 2006

imagine um dia cheio de vai-e-vem, sobe e desce escada, pra lá epra cá resolvendo coisas.
no fim do dia um mini-vale-tudo pra subir no ônibus.
congestionamento de quase uma hora da dr.freitas até o entroncamento, e ainda com aquele cheiro de borracha queimada que eu odeio e me causa dor de cabeça.
...
A parte do congestionamento que assola a vida dos suburbanos poderia ser resolvida com a simples retirada dos paus e bota-foras que impedem a passagem, no sentido belém-ananindeua, pois o tunel pelo menos aparetemente, está todo pronto, sinalizado e iluminado. O único motivo que vejo pra continuar atormentando a vida de todos, mas do que já atormentou o perído gigantesco de obras, é que o político-palhaço que ficar sorrindo na foto de inauguração junto com a super-passarela que chama "pórtico" que por sinal se não tiver policiamento se tornará a super-passarela-onde-vai-ter-de-tudo, ou melhor, será que os policiais também se importam em proteger a população? ou estão muito entretidos em brincarem de troca-troca de polícia-ladrão, ladrão-polícia?

terça-feira, agosto 15, 2006

quinta-feira, agosto 10, 2006

[Fernando M]

.sapato de plástico.

Estou ilesa de uma antiga compulsão: comprar sapatos e bolsas. Primeiro começei com as bolsas, depois passei pra sapatos, depois passei pros dois e fui me desfazendo de ambos. Mas ainda há sequelas, no meu quarda-roupa!
Sapatos de plástico, desde os de marca até os do comércio falsificados. Tive exatamente 1 par de cada tipo. Ambos têm o mesmo problema, não são a prova de cidade com areia na rua, chuvas inesperas e tempestades com areia na rua. Da vez que comprei a falsificação da melissa que me custou 5 reais, fiquei super feliz, uma barganha!...foi só sair a primeira vez de casa que caminhando pra parada de ônibus um caminhão passou do meu lado e lavantou a poeira que fica no canto da calçada...assim, toda a poeira resolveu se alojar no meu calçado..."like a rolling stone"...chegei na casinha pra esperar o ônibus, por sorte ainda havia aqueles bancos pra sentar. Sentei, tirei a falsificação de meu pé e esfregei um no outro pra tirar a poeira, e bati os sapatos no chão. Ok!...tudo perfeito no meu caminhar novamente. Ao chegar na universidade faço sempre os caminhos mais rápidos, pois sempre ando do profissional até o básico....corto caminho pelos canteiros e matinhos. A medida que eu caminhava o solado capturava as areias por onde eu pisava e jogava na minha calça e sem a menor regra de três a poeira escorregava pros meus pés, e ficava entre o plástico e meu couro do pé. Calos, muitos calos.
Na chuva o plástico se torna um sabão, calos são o de menos, o problema é se equilibrar, colocar o peso pra onde o sapato está bem fechado e seguro. Quando há poeira na chuva, se formam pequenas placas de areia, que sao facilmente arremssadas na perna, calça ou qualquer coisa que esteja no caminho.
As regras são as mesmas pro dois tipos de sapato, o barato e o famoso. No glamour.
Parei com essas compulsões consumistas do mundo moderno porque afinal, o plástico demora num sei quantos mil anos pra se decompor, deve ser utilizado trabalho infantil e escravo na sua fabricação, com dinheiro do narco-guns-tráfico, e meus pés já estão calejados.

quarta-feira, agosto 09, 2006

Lian

Num vilarejo num século passado qualquer, antes dessa geração coca-cola e internet as crianças andavam de bicicleta e jogavam com pedrinhas.
Nesse vilarejo haviam dois rapazes amigos. Lian e o outro.
Eles eram amigos desde que nasceram, Suas mães ficaram grávidas com a diferença de um dia, compensada no dia do nascimento. Sendo assim, os aniversários eram no mesmo dia e eles tinha a mesma idade.
O outro gostava de escrever histórias. Sentava próximo de animais e observava seus comportamentos, desde passarinhos bonitinhos até moscas. Gostava também de pensar nos amores que não teve, no amor por sua mãe e por seu umbigo. Escrevia muito, mas não deixava de andar de bicicleta...adorava!
Lian vivia sem idéias, não gostava de pensar, gostava de viver sem imaginar nada, simplesmente viver.
Apesar das diferenças eles eram parecidos fisicamente, tinha mesma altura, cor de olhos e de pele. Aos 16 resolveram deixar o vilarejo e ir pra cidade. O outro legou consigo seus escritos.
Na cidade era tudo muito dificil e caro. Lian era forte, mas o outro não aguentou, faleceu.
Lian chorou, se entristeceu. Ao coletar os pertences de seu amigo pra se desfazer, viu os papeis escritos. Leu. Amou.
...
Passaram-se anos, Lian agora se nomeava Shakespeare e usava os escritos do outro, dizendo ser autorais, sem sequer mencionar o nome do amigo. Lian-Shakespeare ficou famoso depois de um tempo, por suas tragédias e nem sequer lembrara mais de quem era ou do amigo que teve.

segunda-feira, agosto 07, 2006

domingo, agosto 06, 2006

.hands.


[Milena Marília]
Foto antiga, fruto de minha primeira experiência com estúdio....2001.

sexta-feira, agosto 04, 2006

.Lílian.

Ela volta pra casa.
Está sentada na janela da quinta cadeira contando de frente pra trás.
Seus pés doem, seus sapatos apertam.
Cuidadosamente ela gira um cabelo recém-arrancado com os dois dedos indicadores de modo a uni-los. Num movimento de vai e vem, incansavelmente.
Seus cabelos estão despenteados, sempre estão.
Ela fecha a janela. Vê crianças na rua. Vê um senhor sozinho numa esquina, com um jornal na mão. Sempre tem alguém pela rua, mesmo de madrugada.
Uma parada vazia, pinchada, fria.
Seu coração está acelerado. Apesar de não ter motivos.
Ela chega em casa. Liga a luz da sala. Passa pelo corredor, entra no quarto e joga a bolsa na cama.
Se deita por alguns segundos e liga a tv. Mas não escuta nada. Só ruído. No celular nenhuma chamada não atendida. Nenhuma chamada sequer atendida.
Foi ao cinema só, mas isso não tem importância. Pensou várias coisas sobre o filme. Viu muitas referências dos outros filmes que já viu, mas só pensou.
“Dá próxima vez vou levar um caderninho”- pensou novamente.
Luzes acesas.
Banho.
Luzes apagadas.

quarta-feira, agosto 02, 2006

[it´s beautiful, but i don´t the source of the image]

terça-feira, agosto 01, 2006



HOT FUSS

1. Jenny was a friend of mne

2. Mr. Brightside

3. Smile like you mean it

4. Somebudy told me

5. All these things that i've done

6. Andy you're a star

7. On top

8. Indie rock and roll

9. Believe me Natalie

10. Midnight show

11. Everything will be allright